A anestesia na maxila apresenta altos níveis de sucesso. O osso maxilar, menos denso, poroso, é um leito convidativo e favorável ao permeio de soluções anestésicas. Uma anestesia infiltrativa bem sucedida de um primeiro pré-molar superior é uma façanha facilmente atingida por qualquer cirurgião dentista em formação e com o mínimo de treinamento.
A solução anestésica facilmente atravessa a comumente encontrada fina e porosa camada cortical e prontamente adentra os espaços medulares capilarmente se disseminando até o embebimento das terminações nervosas apicalmente inserida nos dentes e promovendo o sucesso anestésico, o silêncio operatório e a felicidade de todos.
A euforia inicial perante ao sucesso anestésico da primeira anestesia infiltrativa de um acadêmico logo é esvaída perante a percepção de que procedimentos e anestesias mandibulares também são necessárias porém a mesma simplicidade e rapidez de aprendizado experimentado na anestesia maxilar não contribui para o sucesso na anestesia mandibular.
Se por um lado pôde-se experimentar o êxtase do recompensador sucesso imediato de uma anestesia infiltrativa de um primeiro pré-molar superior, em um curto espaço de tempo o acadêmico se vê perante a uma mar de imprecisão, medo, dúvidas, dificuldades técnicas e frustação pelo insucesso anestésico e por ter o seu primeiro contato com algo que possivelmente irá lhe acompanhar por toda a sua carreira profissional que é a dificuldade anestésica mandibular.
A cortical vestibular mandibular pode ser comparada a uma grande muralha, intransponível, impermeável e pouco receptiva as manobras anestésicas outrora factíveis na maxila. Desse modo, a alternativa que temos é a deposição anestésica em uma região onde o nervo alveolar inferior está desnudo imediatamente antes de sua entrada em sua blindagem óssea, isto é na região do forame mandibular.
Quando falamos de bloqueios mandibulares logo de cara a primeira técnica que surge na mente de qualquer dentista é o bloqueio do nervo alveolar inferior (BNAI). Na graduação os dentistas tem medo deste bloqueio e eu também tinha quando eu estava na faculdade. É difícil de aprender, pode gerar complicações é tem tudo para não dar certo. Mas dependemos dele em inúmeras situações clínicas e, portanto, é técnica mais bloqueio mandibular mais comum apesar da insegurança e insucessos ao realizá-la.
O bloqueio do nervo alveolar inferior é o bloqueio mandibular mais utilizado da odontologia e ao mesmo tempo onde se registra os maiores índices de falhas.
Ao tentar a aprender a técnica lendo os livros textos de anestesia local, a técnica se torna confusa e difícil. Inúmeros passos e inúmeras dúvidas. Diante disso, fiz o vídeo abaixo o qual eu explico o passo-a-passo, indo direto ao ponto.
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