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fernando giovanella implante zigomatico.

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Como fazer uma frenectomia “de verdade”

Atualizado: 11 de jul. de 2018


A necessidade de remoção do freio labial (frenectomia) é algo relativamente comum no consultório e você certamente já se deparou ou irá se deparar com tal situação. Diante disso, 3 perguntas devem ser prontamente respondidas: quando, como e quem?


Quando é indicado a frenectomia? Como posso realizar este procedimento? Quem irá fazer? Faço ou encaminho a um colega?


QUANDO - A frenectomia é comumente indicada nos seguintes casos:


  1. Inserção tecidual inter-incisivos levando a formação de diastemas

  2. Hipermobilidade nos tecidos periodontais, levando a acúmulo de placa e/ou recessão gengival

  3. Interferência na estabilidade ou conforto de próteses totais

  4. Por questões estéticas


Caso o seu paciente tenho um freio labial superior proeminente mas não tenha queixas nenhuma e não apresente as indicações acima, por que indicar a remoção? Não há motivos para isso. Neste caso, apesar do freio labial estar proeminente, você deve considerá-lo uma estrutura anatômica normal e não uma anomalia.


Por outro lado, quando a frenectomia labial se faz necessária, você precisa pensar em como fazer. Existem várias formas, desde a técnica clássica até formas mais complexas, como a plastia em Z (zetaplastia). Pode ser feito com lâmina de bisturi, com eletrocautério, criocirurgia ou laser, mas… Como nosso objetivo é trazer conceitos práticos e que você possa aplicar imediatamente após a leitura deste post vamos focar na forma mais comum e que não exige nenhum material ou instrumental não disponível em qualquer consultório odontológico.


Indo direto ao ponto, na técnica clássica você pode fazer uma frenectomia de 2 formas: a forma errada e a forma certa. Na forma errada você pega uma tesoura e faz apenas um “piquezinho” no freio. Isso não é frenectomia, mas sim frenotomia (alguns médicos pediatras costumam fazer). Lêmbre-se que o sufixo “ectomia” refere-se a corte e remoção (pulpectomia, bichectomia) ao passo que “tomia”refere-se apenas a corte (osteotomia, pulpotomia).


Fazendo uma frenotomia, você não resolve nem a parte estética (pois fica aquele fragmento de mucosa aparente ali balançando) e também não resolve a parte funcional, uma vez que o tecido fibroso que se insere entre os incisivos centrais também não foi removido. A remoção dessa fibrose é FUNDAMENTAL para que o seu ortodontista possa fechar esse diastema diminuindo a chance de recidiva após a remoção do aparelho ortodôntico.


POR OUTRO lado, quando você faz a remoção do freio da forma CORRETA, uma verdadeira frenectomia (que significa corte e remoção do freio) isso traz a melhora definitiva para TODOS esses aspectos e é sobre ESSA forma que você vai aprender aqui, até o término deste post.


E por fim, você tem que responder nosso último questionamento que fizemos no primeiro parágrafo: essa cirurgia pode ser feita pelo clínico geral ou é necessário encaminhar a um colega especialista em uma área cirúrgica? a frenectomia é muita cirurgia de baixa complexidade e pode ser feita por qualquer cirurgião dentista que domine a técnica CORRETA.


Dentre os vários relatos de técnicas, na técnica clássica podemos utilizar a técnica da único pinçamento e do pinçamento duplo. Eu particularmente sugiro a técnica do pinçamento único, pois segurar 2 pinças ao mesmo tempo dificulta o procedimento.

Existem também 3 detalhes técnicos fundamentais, que muitas vezes são desconsiderados, mas que podem fazer toda diferença e você também vai aprender até o término deste post, que são:


  1. remover toda a inserção fibrosa, isto significa remover toda a fibrose interdental até a região da papila incisiva

  2. divulsão dos bordos para que a mucosa seja liberada do plano muscular, diminuindo a tensão da sutura

  3. remover as glândulas salivares menores que por ventura apareçam durante a divulsão dos tecidos.


Você pode estar se perguntando como você vai aprender todos esses detalhes tão específicos. Por mais que se tente entender esses passos por explicações em livros com fotos estáticas ou esquematizações em sala de aula, a melhor maneira de você aprender, por ordem de importância, é:


1) acompanhar presencialmente um cirurgião dentista que executa a técnica.


Em tais situações, todos os seus canais de aprendizados estão onipresentes (audição, visão, e sinestesia), e você tem a oportunidade de presenciar as manobras cirúrgicas na prática. Cirurgia é uma ciência onde o “ja vi” é muito importante. Por isso que a formação cirúrgica, tanto em medicina quanto odontologia, se dá a nível de residência – imersão total, exclusiva e diária. Isso significa que você precisa cursar uma residência para fazer uma frenectomia? NÃO!


Como a frenectomia não é um procedimento de extrema complexidade penso que a maioria dos cirurgiões dentistas clínicos gerais que realizam cirurgias podem aprender a técnica correta. Mas eu não tenho alguém que eu possa acompanhar presencialmente. Não tem problema. É aqui que entra a segunda melhor forma de aprender procedimentos cirúrgicos:


2) Por vídeos.


Procedimentos cirúrgicos são manobras sequenciais dinâmicas, logo a melhor forma de retratar a realidade e maximizar a chance de aprendizado é mostrar na prática o passo-a-passo. Sem rodeios, sem blá-blá-blá ou teorizações prolixas ou inúteis.


Não estou dizendo que teoria não é importante, é fundamental estarmos embasados e com os conceitos teóricos em mente. Mas o que penso é que por mais brilhante que seja o teu “eruditismo” o local onde as coisas de fato acontecem é no mocho. É lá que o teu resultado vai dizer que é você independente dos títulos pendurados na parede. E pra isso acontecer, você precisa de fato aprender a fazer as coisas.


Na impossibilidade de acompanhar outro cirurgião, o aprendizado por vídeo é uma excelente alternativa. E é exatamente desta forma que você vai aprender agora, de forma direta e na prática. No vídeo abaixo você vai aprender em 7 minutos as principais manobras cirúrgicas. Não sou o dono da verdade e nem pretendo. Existem várias formas e estou te mostrando uma forma de realizar.


Talvez você tenha aprendido diferente ou não concorde comigo… ótimo. Compartilhe conosco seus insights e sugestões no campo de comentários assim aprendemos coisas novas e evoluímos. Todos que participam aqui desta comunidade adoram aprender e não temos a mínima pretenção de alimentar o ego ou vaidade de ninguém.


Aqui, todos tem algo para ensinar e todos tem algo para aprender. Não importa se você é um acadêmico do 1o. semestre ou um enciclopédico professor especialista-mestre-doutor-ph-fellow-reitor-master-mega-perfeito-que acredita ser um ser-humano superior hehe… você entendeu.


Assista o video abaixo e deixe seus comentários.


Até a próxima!



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